Prof. Ev.
José Roberto A. Barbosa
Twitter:
@subsidioEBD
Texto Áureo EF. 6.11 – Leitura Bíblica Ex. 3.19,20; 7.4,5; 8.25,26;
10.8,11,24
INTRODUÇÃO
Moisés finalmente aceitou a missão e assumiu a posição de libertador,
mas essa não seria uma tarefa fácil. Conforme estudaremos na lição de hoje,
Faraó não considerou as palavras do Senhor, ordenando para que deixasse o povo
ir. Pelo contrário, apresentou algumas propostas ardilosas, a fim de enganar o
líder do Senhor. Mas a rejeição de Faraó serviu para que o povo israelita
atestasse o poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Pretendemos, com esta aula,
mostrar o poder de Deus, e ao mesmo tempo, a desmascarar as sutilizas do
Inimigo.
1. FARAÓ DESCONSIDERA OS MILAGRES
A nação egípcia adorava muitos deuses, alguns deles cultuados pelos
israelitas, que acabaram aderindo à fé daquele povo (Ez. 12.12). Esse foi um
dos motivos pelos quais Deus precisou intervir, e demonstrar o Seu poder, não
apenas para que os egípcios reconhecessem, mas também para que os israelitas se
dobrassem perante a palavra do Senhor. Mesmo assim, os descendentes de Abraão,
Isaque e Jacó não atentaram para as maravilhas de Deus (Sl. 106.7). Dentre
essas maravilhas, destacamos os sinais da serpente, a transformação da água em
sangue, e a invasão das rãs. Faraó, ao invés de se dobrar diante daquelas
maravilhas, tratou-as com desdém, incitando seus magos a reproduzirem tais
feitos. Isso mostra que desde muito tempo Satanás tem o poder de realizar
sinais e prodígios da mentira (II Ts. 2.9,10; Mt. 24.24; Ap. 13.11-15). Paulo
nomeia esses magos, “Janes e Jambres”, e os caracterizam entre aqueles que
resistem à verdade, substituindo-a pelo engano (II Tm. 3.8). Satanás imita o
evangelho de Cristo (Gl. 1.6-9), utilizando-se dos falsos mestres (II Co.
11.13-15). A transformação da água em sangue foi a primeira praga que Deus
enviou sobre os egípcios. Na proporção que Faraó desconsiderava as calamidades
elas iam se tornando cada vez mais graves. Os magos do Egito fizeram o mesmo
utilizando água de um poço, mas se mostraram incapazes de reverter a praga
divina. Diante da relutância de Faraó, o Senhor enviou abundância de rãs (Sl.
105.30), mostrando que Ele, e não Hecate, o deus da fertilidade egípcio, estava
no comando. O coração de Faraó continua endurecido, principalmente depois que
os magos imitaram os sinais (Ex. 8.19-22). Uma pessoa de coração endurecido se
expressa como Faraó: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz?” (Ex. 5.2).
2. AS PRAGAS DIVINAS DIANTE DA DUREZA DE FARAÓ
Diante da dureza de coração de Faraó Moisés anuncia que Deus enviaria
uma grande peste sobre os animais do Egito (Ex. 9.1-7). A mensagem profética se
cumpriu e todos os animais morreram, escaparam somente os animais pertencentes
aos hebreus, que viviam na terra de Gósen. Mesmo assim Faraó não permitiu que o
povo seguisse adiante, ele se negou a temer a Palavra de Deus, a consequência,
como sempre, foi o mal (Pv. 28.14). A praga seguinte não teve qualquer aviso,
Moisés e Arão se dirigiram aos fornos de cal, e jogaram cinzas no ar,
transformando-as em úlceras, que atingiu os egípcios e seu gado (Ex. 9.8-12).
Mas Faraó mostrava-se insensível ao sofrimento do povo, pensava apenas em suas
regalias, e na manutenção do seu poder. Em seguida, Deus envia uma praga mais
terrível, uma chuva grande de pedras, como nunca houve no Egito (Ex. 9.18).
Posteriormente, Deus envia trovões e chuvas, granizo e raios, que corriam pelo
chão (Ex. 9.33). As consequências foram drásticas, os animais morreram, e a plantação
destruída. Como qualquer governante ardiloso, Faraó mandou chamar Moisés e
Arão, e demonstrou arrependimento, em virtude da destruição da sua terra (Ex.
10.17). Moisés sabia que aquele homem não temia a Deus, estava apenas tirando
proveito da situação. Essa é uma lição para a qual devemos atentar,
principalmente nos dias que antecedem as eleições. Os políticos se aproximam
das igrejas, a fim de agradarem os pastores, e seduzirem os incautos. Alguns
deles, querem demonstrar identificação com os evangélicos, saúdam como se
fossem crentes, leem trechos das Escrituras, tudo para causarem boa impressão.
Esses, no entanto, não temem ao Senhor, não têm compromisso com o povo de Deus,
nem mesmo com a comunidade, querem se eleger apenas para garantirem suas regalias.
3. AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ
A fim de manter o povo de Israel cativo no Egito Faraó apresenta algumas
propostas ardilosas a Moisés. Isso mostra como Satanás, com suas astúcias,
tenta desvencilhar os servos de Deus do plano do Senhor. Tais propostas também
revelam a astúcia dos governantes a fim de manter o povo cativo em seus
interesses. Os discursos de muitos políticos da atualidade ecoam as falas
daquele líder egípcio. A primeira proposta de Faraó estava fundamentada em um
sincretismo religioso, o povo poderia adorar o Deus de Israel, e ao mesmo
tempo, os deuses egípcios (Ex. 8.28). Mas o Deus de Israel não divide a sua
glória com outros deuses, principalmente porque Ele mesmo havia separado aquele
povo para adorá-Lo (Lv. 26.26). Essa tem sido uma prática evidente no
cristianismo contemporâneo, muitos líderes estão fazendo concessões em relação
ao engano a fim de serem aceitos na sociedade. Jesus é o único caminho, é a
verdade e a vida, ninguém pode se aproximar de Deus se não for por Ele (Jo.
14.6). Como bem lembrou Pedro, em seu discurso em Jerusalém em nenhum outro há
salvação, somente em Jesus (At. 4.12). Como diz o ditado, todos os caminhos
levam à Roma, mas há apenas um que conduz ao céu, e esse é Jesus Cristo. A
segunda proposta de Faraó foi a de que o povo não fosse muito longe (Ex. 8.28).
As estratégias de Satanás, e de alguns líderes tiranos, é a de que não nos
afastemos dos seus interesses. Eles não se importam em fazer concessões, abrem
mãos do supérfluo, mas não do que consideram mais importante. Satanás detesta
mudanças significativas, ele não admite mudanças drásticas (Tg. 4.4,5; I Jo.
2.15). A mulher de Ló é um exemplo de alguém que sai do lugar, mas não deixa
que o lugar saia dela. Ela abandonou geograficamente a cidade de Sodoma, mas em
seu coração os prazeres daquele local a acompanhavam (Gn. 19.17,26; Lc. 17.32).
Na terceira proposta Faraó sugeriu uma divisão nas famílias, apenas os mais
velhos partiriam, os mais novos permaneceriam no Egito (Ex. 10.7). Isso mostra
que as famílias hebreias eram organizadas, e viviam em harmonia (Ex. 6.14-19).
A fragmentação familiar seria uma estratégia utilizada por Faraó para atingir
os valores daquele povo. Nos dias atuais as famílias têm sido solapadas por
valores satânicos que estão sendo repassados pelas mídias, e patrocinados pelos
governantes. As famílias cristãs, mesmo diante dos ataques, devem permanecer
alicerçadas dos fundamentos exarados na Palavra de Deus (Ef. 6.10-18). A quarta
proposta de Faraó tinha a ver com a aceitação da calamidade, o líder egípcio
admitia a tragédia, contanto que o povo permanecesse (Ex. 10.21-23). Muitos
governantes agem de igual modo, principalmente no período das eleições, ao
invés de socorrer o povo, tiram vantagem da desgraça. Há aqueles que acham que
quanto pior melhor, para cooptarem o povo na manutenção dos seus interesses.
Por fim, Faraó propôs a ida do povo hebreu, mas se ficassem as ovelhas e as
vacas (Ex. 10.24). Essa proposta reflete o foco em mercadoria, e menos nas
pessoas, bastante comum nessa sociedade que somente ver bens, e não o bem das
pessoas. Mamom, o deus deste século, está destruindo muitas vidas, o
deus-mercado é quem determina as regras e os relacionamentos (Mt. 6.24).
CONCLUSÃO
Faraó, como alguns governantes que conhecemos, despreza a Palavra de
Deus, a menos que essa satisfaça seus interesses. Satanás tem usado vários
desses para seduzirem a igreja, com suas propostas ardilosas, substituindo a
verdade pelo engano. Mas nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as
potestades do Inimigo, por isso, devemos permanecer firmes, com toda, para
resistir no dia mau (Ef. 6.10-12). E como fez Faraó, não devemos endurecer
nosso coração, antes ouvir a voz do Senhor (Hb. 3.7,8), pois dura coisa é cair
nas mãos do Deus vivo (Hb. 10.31).
BIBLIOGRAFIA
MOTYER, J. A. The message of Exodus.
Leiscester/Downers Grove, IVP, 2005.
WEIRSBE,
W. W. Exodus: be delivered. Colorado Springs: David Cook, 2010.
Pastor e Mestre Antonio Gilberto