Texto Bíblico: Atos 2.1-6,12
Introdução
I. O
Batismo com o Espírito Santo
II.
Fundamentos do Batismo com o Espírito Santo
III. O
Batismo no Espírito Santo na História da Igreja
IV. Os
objetivos do Batismo com o Espírito Santo
Conclusão
OS PROPÓSITOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Prezado professor, a palavra-chave da lição
desta semana é Batismo. Esta
significa, de acordo com o original grego, mergulho ou submersão. O termo
“batismo” está inserido na presente lição com o objetivo de compreender seu
tema central: O Batismo com o Espírito
Santo. A ideia aqui, é explicar a uma pessoa a importância de se mergulhar e
encher-se no Espírito Santo de Deus.
O Batismo com o Santo Espírito é a promessa
do Pai. Esta é assim chamada, porque Ele providenciou o derramamento prometido
conforme o Senhor Jesus falou aos discípulos. A profecia de João Batista,
registrada nos quatro Evangelhos, lembra este fato: “Jesus os batizaria com o
Espírito Santo” [1].
Esta operação denota a ação da Santíssima Trindade. O Pai envia o Espírito
Santo e o Filho participa dessa obra como o batizador [2].
O Batismo com o Espírito Santo possui uma
relação tênue com a evangelização mundial. Em Atos 1.8 essa relação é patente. Por
isso, é importante ressaltar que o Batismo com o Espírito Santo tem propósitos
claros e definidos:
1. Ousadia para
testemunhar Jesus Cristo (At 1.8,22);
2. Poder para realizar
milagres (At 5.1-11);
3. Carisma para
ministrar à Igreja (At 6.3,5);
4. Oração em língua
para edificação espiritual (1 Co 14.2,4).
1.
Testemunhando de Cristo
O Senhor Jesus disse aos discípulos: “...
Ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e
até confins da terra” (At 1.8). Note o pensamento evolutivo do texto! Os
discípulos teriam de testemunhar primeiramente numa região pequena (Jerusalém),
depois nos distritos maiores (províncias - Judeia e Samaria) e, logo após, ao
mundo todo (confins da terra). Em que consistia o testemunho dos discípulos? O
teólogo pentecostal, Antony Palma, ajuda-nos a responder:
Quando Jesus disse
aos seus discípulos que eles seriam suas “testemunhas”, o pensamento não é
tanto que seriam seus representantes, embora isso seja verdade, mas sim que
iriam atestar a sua ressurreição. A ideia do testemunho ocorre ao longo do
livro de Atos; ela é aplicada geralmente aos discípulos (1.8,22; 2.32; 3.15;
5.32; 10.39,41; 13.31) e especificamente a Estevão (22.20) e a Paulo (22.15;
26.16). [3]
Os discípulos proclamariam a ressurreição
de Jesus Cristo! Porém, para evangelizar o mundo eles careciam do auxílio
poderoso do Espírito Santo: poder para realizar milagres!
2.
Poder para realizar milagres
Em Atos dos Apóstolos, o poder do Espírito
Santo é aplicado aos discípulos com o objetivo de legitimar a mensagem do
evangelho a pessoas carentes de salvação e esperança:
At
3.1-10 → A cura do homem coxo;
At
9.36-42 A → Ressurreição de mortos (Dorcas);
At
5.19; 12.7-10; 16.23-26 → As libertações milagrosas
de Pedro e Paulo;
At
5.1-11; 12.23 → Ananias e Safira;
Agripa I são fulminados.
Mas
os discípulos, pelo poder do Espírito Santo, ministrariam também à Igreja.
3. Ministrando à
Igreja de Cristo
Em seu início, a igreja de Jerusalém estava
em contínua expansão. Porém, seus primeiros anos eram marcados por
circunstâncias que exigiam discernimento e sabedoria oriundos do Espírito Santo.
Os assuntos da Igreja – o engano de Ananias e Safira (At 5.3,7,8); o
desentendimento das mulheres de fala aramaica e grega (At 6.1-7); o concílio de
Jerusalém (15.28) – não dependiam, somente de sabedoria humana, mas
indelevelmente da sabedoria do alto.
O poder do Espírito Santo concedido a
Igreja serve, também, para ministrar aos santos individualmente. Por isso, o
Santo Espírito disponibilizou um dom para a edificação espiritual do crente: a Glossolalia.
4. Glossolalia:
dom de Deus
O termo “glossolalia” deriva do idioma
grego glossa (língua) e lalia (falar). Logo, “glossolalia” é o
falar em línguas desconhecidas. “É o dom sobrenatural concedido pelo Espírito
Santo, que capacita o crente a fazer enunciados proféticos e de enaltecimentos
a Deus em línguas que lhe são desconhecidas” [4].
De acordo com o teólogo pentecostal Anthony
Palma, há pelo menos três razões para o fenômeno das línguas ser ordenado por
Deus. A primeira é de cunho histórico. Os fenômenos meterorológicos e
atmosféricos registrados em Atos marcam a inauguração da nova aliança de Deus
com a humanidade.
A segunda é a ocorrência de glossolalia no
dia de Pentecostes, uma festa onde judeus oriundos de várias nacionalidades
estavam presentes em Jerusalém. Esse evento marcou o “imperativo missiológico” de
Jesus Cristo aos discípulos.
A terceira razão, na perspectiva bíblica, consiste
em edificação pessoal. O apóstolo Paulo afirma que a oração em “língua
desconhecida” edifica o indivíduo. Segundo Palma, a glossolalia juntamente com
o dom de interpretação, edifica a congregação. Porém, sem o dom de
interpretação, a língua edifica apenas a pessoa que fala. Ela é um meio de
autoedificação espiritual constituída numa oração individual auxiliada pelo
Espírito Santo (Rm 8.26).[5]
Prezado professor, finalize a lição dessa
semana dizendo que o batismo com o Espírito Santo tem um propósito bem amplo.
Muito além das quatro paredes do templo em que cultuamos a Deus. O Senhor Jesus
quer mergulhar, submergir e encher os crentes com o Santo Espírito para exercerem,
com sabedoria e discernimento, o ministério ordenado por Ele.
Ao desenvolver a presente lição, não
esqueça de atentar para os seguintes
objetivos:
- Definir o
Batismo com o Espírito Santo.
- Fundamentar,
bíblica e historicamente, o Batismo com o Espírito Santo.
- Explicar os
objetivos do Batismo com o Espírito Santo.
Boa
aula!
[1] HORTON,
Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo.
4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.11.
[2] Ibidem.
[3] PALMA,
Anthony D. O Batismo no Espírito Santo e
com Fogo: Os fundamentos Bíblicos e a Atualidade da Doutrina Pentecostal.
1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.86.
[4] ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário
Teológico. 13. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 201.
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